O juiz Ivan Lúcio Amarante, da comarca de Vila Rica (MT), é o principal alvo da 8ª fase da Operação Sisamnes, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (29). O magistrado, suspeito de negociar sentenças em troca de propina, já estava afastado do cargo desde 2024 por decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A ofensiva desta vez partiu do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou, além do afastamento, o sequestro de bens que chegam a R$ 30 milhões. Amarante também teve o passaporte recolhido e está proibido de deixar o país. Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão em Mato Grosso.
De acordo com a investigação, o magistrado fazia parte de um esquema de lavagem de dinheiro criado para esconder pagamentos milionários de propinas em troca de decisões judiciais favoráveis. As provas surgiram a partir da análise do celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em Cuiabá, em dezembro de 2023, durante uma disputa por terras.
Na última terça-feira (27), o CNJ já havia aprovado, de forma unânime, a abertura de um processo administrativo disciplinar contra Ivan Lúcio. O ministro Mauro Campbell Marques, relator do caso, apontou que há fortes indícios de que o juiz favorecia interesses privados em suas decisões, muitas delas supostamente influenciadas diretamente por Zampieri.
Agora, o caso transborda do campo disciplinar para a esfera penal, sob a tutela do STF e com execução da Polícia Federal. A Operação Sisamnes, que já afastou desembargadores e prendeu militares e empresários, é batizada em referência a um juiz persa da Antiguidade que foi exemplarmente punido por corrupção.
Fonte: Olhar Direto
