O feminicida Gilberto Rodrigues dos Anjos, já condenado a 39 anos de prisão por homicídio e estupro, vai a júri popular no dia 7 de agosto pelo assassinato de Cleci Cardoso, 46 anos, e suas três filhas, incluindo duas crianças, em Sorriso (MT). O julgamento foi confirmado nesta quarta-feira (11) pelo advogado da família das vítimas, Conrado Pavelski Neto.
A chacina ocorreu entre os dias 24 e 25 de novembro de 2023, quando Gilberto invadiu a casa da família pela janela do banheiro, segundo investigação da Polícia Civil. Ele violentou sexualmente Cleci e duas das filhas, esfaqueou três vítimas e asfixiou a criança de 10 anos. Os corpos foram encontrados com cortes profundos no pescoço, já sem vida, após vizinhos sentirem a ausência das vítimas por todo o fim de semana.
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Gilberto confessou os crimes. Após a chacina, retornou ao terreno ao lado, onde trabalhava e dormia. Durante as investigações, a polícia encontrou roupas sujas de sangue e uma peça íntima de uma das vítimas guardada em uma sacola.
O Ministério Público já anunciou que pedirá a pena máxima no julgamento, dada a gravidade e crueldade do crime. O caso, que chocou o estado e o país, é tratado como um dos feminicídios mais brutais registrados em Mato Grosso.
Além da chacina, Gilberto acumula duas outras condenações:
17 anos de reclusão por ter assassinado o jornalista Osni Mendes Araújo, em 2013, em Mineiros (GO). O crime foi cometido após a vítima manifestar interesse por ele, levando Gilberto a desferir um soco e, em seguida, estrangular o jornalista com sua própria camiseta.
22 anos de prisão, condenação recebida em março de 2025, por estupro e tentativa de feminicídio em Lucas do Rio Verde, quando invadiu a casa de uma mulher e tentou matá-la após violentá-la sexualmente. A vítima conseguiu reagir e sobreviveu.
Com isso, Gilberto já cumpre regime fechado na Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá. A soma das penas, até agora, já alcança 39 anos, e deve aumentar consideravelmente após o júri de agosto, caso seja condenado novamente.
A crueldade e a reincidência dos crimes cometidos por Gilberto transformaram seu nome em símbolo do feminicídio e da violência extrema contra mulheres e crianças no Brasil. O júri popular será acompanhado de perto por organizações de defesa dos direitos das mulheres e deve reacender o debate sobre prisões perpétuas e endurecimento de penas para crimes hediondos.