O ex-superintendente da Polícia Rodoviária Federal em Mato Grosso, Aristóteles Cadidé da Silva, teve a aposentadoria cassada após ser acusado de usar viaturas da PRF para viagens particulares com fins políticos durante seu período de férias. Atualmente procurador jurídico da Câmara Municipal de Rondonópolis, Cadidé foi alvo de um processo administrativo disciplinar conduzido pelo Ministério da Justiça.
A decisão, assinada pelo então ministro Flávio Dino, concluiu que o ex-policial utilizou estrutura pública de forma indevida, violando regras funcionais previstas na Lei nº 8.112/1990. A conduta foi denunciada à Ouvidoria e confirmada por uma comissão interna, que classificou as ações como "graves infrações disciplinares".
O despacho determina a cassação da aposentadoria do servidor e destaca que ele teria se beneficiado do cargo público para interesses pessoais, participando de reuniões políticas no interior do Estado sem qualquer vínculo institucional. Segundo os autos, os deslocamentos ocorreram durante suas férias e não foram registrados oficialmente pela PRF.
Além de perder o direito à aposentadoria, Cadidé será alvo de uma nova investigação. O caso foi encaminhado ao Ministério Público Federal, à Receita Federal, à CGU e ao TSE, para aprofundamento das apurações e possíveis desdobramentos penais ou eleitorais.
“Determinar a instauração de outro processo administrativo disciplinar para completa apuração dos fatos”, diz trecho do despacho publicado no Diário Oficial.
Outro lado
Aristóteles Cadidé classificou a medida como uma retaliação política. "Após minha aposentadoria, por perseguição política, abriram um processo e cassaram a aposentadoria. Fatos sem provas e acusação infundada que serão revertidas judicialmente. Minha conduta como PRF sempre foi exemplar durante quase 30 anos de exercício", afirmou.
A reportagem também tentou contato com o presidente da Câmara de Rondonópolis, vereador Paulo Schu (PL), mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
