30 de Abril de 2025, 09h:26 - A | A

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quebra de decoro

Ex-juíz solicita cassação de Chico 2000 após Escândalo de Corrupção



Menos de 24 horas após ser envolvido em uma investigação por corrupção, o vereador Chico 2000 (PL) enfrentou sua primeira ação formal pedindo sua cassação por quebra de decoro parlamentar. O pedido foi protocolado pelo ex-juiz federal Julier Sebastião (PT), que solicitou à presidente da Câmara Municipal, vereadora Paula Calil (PL), que tomasse as devidas providências para a perda do mandato do parlamentar.

No documento, Julier faz referência à recente Operação Perfídia, conduzida pela Polícia Civil de Mato Grosso, e argumenta que as supostas ações de Chico 2000, ex-presidente da Casa de Leis, "mancharam gravemente a imagem da Câmara". O advogado critica a postura do vereador, alegando que ele deveria manter uma conduta irrepreensível para preservar a reputação do Legislativo, especialmente quando o escândalo de corrupção estourou no mesmo dia de uma sessão na Câmara, que foi fechada pela Polícia Civil para realizar buscas e apreensões no gabinete de Chico 2000.

Julier enfatiza que as acusações de corrupção são incompatíveis com o decoro parlamentar exigido de um legislador e reforça a necessidade de sua cassação para garantir a honestidade e a transparência no funcionamento do Legislativo. O advogado também destaca a proximidade de Chico com o ex-prefeito Emanuel Pinheiro, apontando nomeações de aliados do ex-prefeito para cargos chave na Câmara Municipal, o que evidenciaria uma estreita relação com a gestão anterior.

O pedido de cassação ocorre no contexto da Operação Perfídia, deflagrada pela Polícia Civil na manhã de terça-feira (29/04), com o objetivo de investigar um esquema de corrupção na Câmara Municipal de Cuiabá. Além de Chico 2000, o vereador Sargento Joelson (PSB) também está entre os investigados. A operação envolveu buscas nos gabinetes dos vereadores e em sistemas da Câmara, além de ações em uma empresa contratada para obras do Contorno Leste.

A investigação começou a partir de uma denúncia recebida pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (DECCOR) em 2024, que indicava que vereadores haviam solicitado propina a um funcionário da empresa responsável pelas obras, em troca da aprovação de matérias que facilitavam o pagamento de dívidas municipais. Parte da propina foi supostamente depositada em conta bancária indicada por um vereador, enquanto outra parte teria sido entregue em espécie diretamente no gabinete de um parlamentar.

Com 27 ordens judiciais, a operação resultou na apreensão de documentos, quebra de sigilo telefônico e eletrônico, além do sequestro de bens de cinco investigados, incluindo um empresário e dois funcionários da empresa envolvida.

 

 

 

 

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