29 de Maio de 2025, 09h:56 - A | A

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MEDO DE MORRER

Empresário preso por golpe em formaturas alega “fracasso profissional” para justificar a fuga de MT

No pedido, sua defesa afirma que ele não fugiu de Mato Grosso, mas deixou o estado por temer pela própria segurança.



Apontado como líder de um esquema que teria lesado mais de mil estudantes com golpes em festas de formatura, o empresário Márcio Júnior Alves do Nascimento, de 49 anos, tenta reverter na Justiça sua prisão preventiva. No pedido, sua defesa afirma que ele não fugiu de Mato Grosso, mas deixou o estado após enfrentar um “fracasso profissional” e temer pela própria segurança.

Preso na Operação Ilusion, que apura um prejuízo de aproximadamente R$ 7 milhões em contratos não cumpridos, Márcio — sócio da empresa Imagem Eventos — nega ser foragido. Seu advogado, Wander Bernardes, argumenta que o empresário se apresentou espontaneamente na Delegacia do Consumidor (Decon) menos de 24 horas após ter conhecimento da ordem de prisão.

“Como é possível caracterizar fuga nesse curto intervalo? Assim que soube da decretação da prisão, ele se apresentou, o que não condiz com a conduta de alguém que pretende se evadir da Justiça”, sustenta a defesa, em petição protocolada no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).

No documento, a defesa ainda afirma que o empresário mudou-se para João Pessoa, na Paraíba, após se ver sem condições de trabalhar em Mato Grosso, onde, segundo ele, sua imagem ficou completamente arruinada após a repercussão do caso. “Aqui [em Mato Grosso], além de temer pela própria integridade física, jamais conseguiria uma recolocação profissional, em razão do fracasso amplamente divulgado”, destaca.

Outro ponto levantado pelos advogados é que não havia nenhuma restrição judicial que impedisse Márcio de deixar o estado. “Não existia qualquer ordem determinando sua permanência em Cuiabá. A decisão de buscar trabalho em outro estado foi legítima”, reforça.

A defesa também critica o que chama de “pressão midiática e clamor público” como justificativas para a manutenção da prisão, e compara o caso ao da Unimed Mato Grosso, onde investigados por suposto rombo de R$ 400 milhões foram liberados após audiência de custódia.

Agora, o Tribunal de Justiça vai analisar o pedido de reconsideração, após a liminar ter sido negada pelo desembargador Lídio Modesto da Silva Filho.

Entenda o caso
Márcio e sua esposa, Elisa Severino, de 51 anos — dona da empresa Graduar Decoração e Fotografia —, foram presos pela Polícia Civil durante a Operação Ilusion, deflagrada após dezenas de denúncias de estudantes lesados. A investigação revelou que mais de 40 turmas, de faculdades e universidades de Mato Grosso e Rondônia, ficaram sem suas festas de formatura.

De acordo com o delegado Rogério Ferreira, o casal já sabia que não teria condições de cumprir os contratos e planejava encerrar as atividades da empresa ao menos quatro meses antes dos eventos. As vítimas incluem, principalmente, alunos de medicina, de escolas particulares e da rede pública.

Fonte: Folha Max

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