Da Redação
O empresário Jean Carlos Lara foi condenado a cinco anos de prisão por fazer parte de um grande esquema de fraude e sonegação de impostos em Mato Grosso. A Justiça entendeu que ele teve um papel ativo na Operação Crédito Podre, que investigou um grupo que sonegou cerca de R$ 150 milhões em ICMS, um imposto estadual, na venda de produtos agrícolas entre diferentes estados. No caso específico de Lara, a fraude causou um prejuízo de mais de R$ 35 milhões aos cofres públicos.
A investigação, conduzida pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários, revelou que o grupo usava um sistema complexo: empresas de fachada, documentos falsos e compensações de impostos fraudulentas. O objetivo era esconder a venda de grãos sem o pagamento do imposto devido. Jean Carlos Lara, dono da empresa Nutri Lara, foi apontado como o responsável por intermediar a venda de notas fiscais falsas, atraindo produtores e compradores interessados em preços mais baixos, justamente pela sonegação. A Nutri Lara, sediada em Primavera do Leste, teve um crescimento suspeito a partir de 2015, coincidindo com o período de maior atuação do esquema.
Durante o processo, Lara negou as acusações, alegando ser apenas um comerciante regular. No entanto, o juiz considerou que as provas mostravam sua participação consciente e coordenada na organização criminosa. Ele exercia funções de gestão e facilitava as operações ilegais, que eram premeditadas e utilizavam documentos e informações falsas nos sistemas da Secretaria de Fazenda (SEFAZ) e da Junta Comercial.
A pena de cinco anos será cumprida em regime semiaberto, e o empresário também terá que pagar multa. A Justiça considerou a gravidade do crime e o grande prejuízo causado ao estado. Jean Carlos Lara poderá recorrer da decisão em liberdade, já que respondeu solto à maior parte do processo e não há motivos para uma prisão preventiva neste momento.
Fonte: Olhar Direto