30 de Maio de 2025, 17h:26 - A | A

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MATOU CASAL A TIROS

Carlinhos Bezerra recorre ao STJ para tenta escapar do júri popular

Filho do ex-deputado Carlos Bezerra é acusado de matar a ex-namorada e o companheiro dela em frente a um prédio em Cuiabá, em 2023.

Da Redação



Carlos Alberto Gomes Bezerra, conhecido como Carlinhos Bezerra, recorreu novamente ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para tentar evitar ser julgado pelo Tribunal do Júri. Ele é acusado de matar a ex-namorada, Thays Machado, de 44 anos, e o companheiro dela, Willian César Moreno, de 30. O novo recurso foi protocolado no último dia 21 de maio e aguarda análise da vice-presidência do STJ.

O crime ocorreu em janeiro de 2023, em frente ao Edifício Solar Monet, no bairro Consil, em Cuiabá. De acordo com as investigações, Carlinhos surpreendeu o casal quando eles saíam do prédio e efetuou vários disparos de dentro do carro. Ele foi preso no mesmo dia, escondido em uma fazenda da família em Campo Verde.

Carlinhos é filho do ex-deputado federal Carlos Bezerra e, desde que foi preso, tenta impedir que o caso vá a júri. Em maio de 2023, a juíza Ana Graziela Vaz de Campos, da 1ª Vara Especializada em Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Cuiabá, decidiu que ele deve ser julgado pelo Tribunal do Júri. A decisão atendeu a um pedido do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), que enquadrou o crime com diversas qualificadoras: motivo torpe, meio cruel, perigo comum, uso de surpresa e impossibilidade de defesa das vítimas.

A defesa do acusado tenta reverter essas qualificadoras, argumentando, por exemplo, que o ciúme de Carlinhos pela ex-companheira seria um "sentimento forte", alegando até que ele teria contratado uma cigana para tentar reatar o relacionamento. No entanto, todas as tentativas foram rejeitadas pelas instâncias superiores até agora.

Em uma das passagens polêmicas do processo, Carlinhos chegou a ser beneficiado com prisão domiciliar em novembro de 2023, mas a medida foi revogada após ele ser flagrado circulando livremente pela cidade, contrariando as condições impostas pela Justiça.

Segundo a investigação, o acusado monitorava Thays antes do crime. Foram localizados 71 registros de localização dos lugares frequentados por ela, coletados por aplicativos instalados em seu celular enquanto ainda mantinham relacionamento. Thays chegou a registrar um boletim de ocorrência contra Carlinhos. Na data do crime, ela estava no prédio para devolver o carro da mãe, utilizado para buscar o namorado no aeroporto.

A data do julgamento ainda não foi marcada.

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