Da Redação
Uma denúncia anônima enviada ao Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) e à Ouvidoria do Tribunal de Justiça do Estado (TJMT) acusa o servidor J.R.S., ex-assessor do desembargador afastado Sebastião de Moraes Filho, de envolvimento em um esquema de nepotismo cruzado, faltas injustificadas e uso de atestados médicos falsos.
De acordo com a denúncia, J.R.S. teria utilizado carimbos médicos adulterados para justificar ausências no trabalho e participar de viagens e gravações publicitárias — ele é garoto-propaganda de uma campanha da Prefeitura de Cuiabá. Somente em 2024, o servidor teria acumulado mais de 20 faltas sem justificativa, incluindo períodos de lazer e viagens a Fortaleza (PE) e Goiânia (GO), mesmo constando como afastado por motivos de saúde.
A denúncia também cita que o desembargador Sebastião de Moraes Filho seria o mentor de um esquema de nepotismo que teria empregado a esposa, Marlene Prado de Moraes, e o filho, Márcio Thadeu Prado de Moraes, em cargos com salários superiores a R$ 20 mil. Ambos teriam registros funcionais no TJMT, mas sem comprovação de produção efetiva de trabalho.
O caso ocorre no contexto das investigações que afastaram o desembargador em 2024 por suspeita de venda de sentenças, reveladas após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, apontado como cúmplice no esquema. A Operação Sisamnes, da Polícia Federal, e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) já apuram os indícios de corrupção e nomeações irregulares no Judiciário mato-grossense.
Tanto o MPMT quanto o TJMT já abriram procedimentos para apurar as denúncias.