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12 de Junho de 2025, 12h:37 - A | A

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CRIME CHOCANTE

Advogado que matou empresária em barco no Lago do Manso vai a júri popular

Justiça mantém prisão preventiva e reconhece indícios de feminicídio e asfixia contra Elaine Stelatto.



A Justiça de Mato Grosso decidiu que o advogado Cleber Figueiredo Lagreca será julgado pelo Tribunal do Júri pela morte da empresária Elaine Stelatto Marques, ocorrida em outubro de 2023 no Lago do Manso, em Chapada dos Guimarães. A decisão foi proferida pela Primeira Vara Criminal de Chapada, que também manteve a prisão preventiva do acusado.

Cleber foi formalmente pronunciado por homicídio triplamente qualificado  por asfixia, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio além do crime de fraude processual. A sentença, assinada pelo juiz Leonísio Salles de Abreu Júnior, apontou que não houve acidente, como alegado pela defesa, mas sim uma ação violenta, comprovada por laudos periciais e depoimentos de testemunhas.

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O crime ocorreu em uma embarcação no meio do Lago do Manso, cenário que reforça a tese da impossibilidade de reação da vítima, que também estaria embriagada no momento do crime. Os laudos constataram múltiplas lesões com sinais de vitalidade, indicando agressões ocorridas ainda em vida. Médicas peritas identificaram sinais claros de asfixia mecânica.

A qualificadora de feminicídio foi mantida com base no relacionamento íntimo entre Cleber e Elaine, caracterizando o crime como parte de um contexto de violência doméstica e de gênero, ainda que não houvesse um compromisso formal entre os dois.

A acusação de motivo torpe, inicialmente atrelada à hipótese de ocultação de um suposto estupro, foi excluída. O magistrado entendeu que não havia elementos mínimos que justificassem a denúncia por crime sexual, o que também retirou a base para manter essa qualificadora.

Além do homicídio, Cleber também enfrentará julgamento por fraude processual. A Justiça destacou contradições em suas versões dos fatos, confrontadas com os laudos técnicos e testemunhos, como tentativa de alterar a cena do crime ou confundir os rumos da investigação.

A defesa tentou reverter a prisão preventiva alegando problemas de saúde do réu e a necessidade de cuidar de um irmão com deficiência, mas o pedido foi negado. O juiz considerou que os fundamentos da prisão seguem válidos: garantia da ordem pública, integridade da investigação e aplicação da lei penal.

Com a decisão, Cleber será levado a júri popular, ainda sem data definida. O caso segue sob segredo de justiça, mas já chama atenção pela brutalidade e pelo perfil das pessoas envolvidas, sendo mais um episódio a reforçar os alarmantes índices de feminicídio no Brasil.

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