Da Redação
O Ministério Público do Estado (MPE) de Mato Grosso solicitou à 12ª Vara Criminal de Cuiabá a decretação de uma nova prisão preventiva para o policial militar Heron Teixeira Pena Vieira. Ele é acusado de fazer parte de um grupo de extermínio desmantelado pela Operação Simulacrum, que em 2022 investigou execuções na capital e em Várzea Grande. O policial, que também é agente da Rotam e já foi condenado por tráfico de drogas, já está preso desde março por envolvimento no assassinato do advogado Renato Nery, ocorrido em julho do ano passado em Cuiabá.
Nesta segunda-feira (26), o MPE se manifestou na ação penal da Operação Simulacrum, que denunciou Heron e outros 14 militares, além de um civil. Eles são acusados de supostamente terem matado 24 pessoas e tentado assassinar outras quatro. A denúncia foi aceita em junho de 2024. Mesmo após ser liberado provisoriamente, Heron foi novamente preso em março deste ano por causa do assassinato de Renato Nery. Diante desses novos fatos, o Ministério Público entendeu que há motivos legais para pedir mais uma prisão preventiva para o policial.
Os promotores que assinaram o pedido ressaltaram que, de acordo com o Código de Processo Penal, a prisão preventiva pode ser decretada em qualquer fase da investigação ou do processo, para garantir a ordem pública, a instrução criminal ou a aplicação da lei, quando há provas do crime e indícios suficientes de autoria. O MPE argumenta que os militares envolvidos no grupo de extermínio agiram com crueldade, agredindo as vítimas antes de executá-las com vários tiros. As investigações revelaram que as vítimas eram escolhidas aleatoriamente, e os policiais sequer sabiam quem estavam matando, caracterizando a ação de "mercenários".
Além das acusações da Operação Simulacrum, Heron foi condenado em março de 2024 por tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de capitais, com pena de mais de oito anos de prisão. O MPE também denunciou Heron e o caseiro de sua chácara, Alex Roberto de Queiroz Silva, pelo homicídio qualificado do advogado Renato Nery. Segundo a denúncia, Alex efetuou os disparos sob coordenação de Heron, e o crime teria motivação em disputas judiciais e financeiras. A Justiça ainda analisará o novo pedido de prisão preventiva para o policial.