30 de Maio de 2025, 13h:05 - A | A

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ESTÍMULO À REFLEXÃO

TJMT e AMAM juntos: novo projeto fortalece escolas de MT no enfrentamento à violência contra a mulher

A juíza Jaqueline Cherulli, presidente da AMAM, e as desembargadoras Maria Erotides Kneip (coordenadora do projeto) e Juanita Cruz destacaram a importância de levar o debate sobre respeito e direitos das mulheres para alunos do 1º ao 9º ano.

Da Redação



O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) deu um passo fundamental no combate à violência contra a mulher ao lançar, nesta quinta-feira (29), um projeto inédito que leva a discussão para dentro das escolas. A iniciativa, que faz parte da Semana Escolar de Combate à Violência contra a Mulher, busca unir o poder do Judiciário à força transformadora da educação, agindo na base da sociedade.

A presidente da Associação Mato-grossense de Magistrados (AMAM), juíza Jaqueline Cherulli, expressou grande satisfação com a proposta. "É com grande satisfação que apoiamos essa importante iniciativa do TJMT. Este projeto é um passo decisivo rumo à transformação social que tanto buscamos. Ele parte do princípio fundamental de que o enfrentamento à violência contra a mulher deve começar pela base: a educação”, enfatizou Cherulli.

Respeito como chave da transformação

A desembargadora Maria Erotides Kneip, coordenadora da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cemulher-MT) e responsável pela condução do projeto, ressaltou a urgência de abordar o tema desde a infância, envolvendo toda a comunidade escolar.

“Esse é um tema que precisamos enfrentar com coragem, e somente com iniciativas como esta conseguiremos transformar essa cultura que desqualifica a mulher e ignora seus direitos fundamentais. A palavra-chave deste projeto, que terá duração de seis meses, é respeito. Ele foi elaborado a partir de sugestões das Secretarias de Educação do Estado e do Município, envolvendo alunos do 1º ao 9º ano. Vamos capacitar diretores, coordenadores e gestores escolares para que atuem como multiplicadores, levando o tema para professores, pais e alunos”, explicou a desembargadora Kneip.

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A desembargadora Juanita Cruz, que representou o presidente do TJMT, desembargador José Zuquim Nogueira, reforçou a importância da iniciativa: “A violência de gênero, expressão de uma cultura excludente, só será superada por meio da reflexão e da educação. Que essa ação inspire outras tantas e que a justiça, como ideal e como prática, continue a ser cultivada com coragem, sabedoria e compaixão”.

Estimulando a reflexão crítica e a cidadania

Tatyana Borges, titular da 2ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar de Cuiabá e uma das idealizadoras do projeto, destacou que a proposta visa estimular a reflexão crítica dos estudantes. “Por meio da produção de textos e obras artísticas, queremos escutar os estudantes, estimular a produção cultural e promover o Concurso Escolar de Expressão sobre a Violência contra a Mulher. A ideia é ampliar o debate sobre os direitos das mulheres. É um passo para formar cidadãos mais conscientes e agentes de mudança”, pontuou a juíza.

Encerrando o evento, o desembargador Cleones Seabra Carvalho Cunha, do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), ministrou a palestra magna “O Papel da Educação no Enfrentamento à Violência contra a Mulher”. Ele classificou a violência contra a mulher como uma “calamidade social” e enfatizou a importância de ações como a do TJMT na formação de multiplicadores.

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“A esperança está na comunidade escolar. Precisamos educar nossas meninas para que tenham independência financeira, reconheçam os sinais de violência e saibam sair dessas situações. E também é fundamental educar nossos meninos para que não reproduzam comportamentos violentos, se comprometam com o respeito e se tornem homens, e não misóginos ou machistas. É por meio de ações como essa que os profissionais da educação poderão levar esse conhecimento para os professores e, por fim, para os alunos”, concluiu o desembargador.

A abertura do evento contou com a presença de diversas autoridades do Judiciário, gestores, coordenadores e diretores de escolas municipais e estaduais, reforçando o compromisso coletivo com a causa.

 

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