Atualmente, quando sentimos qualquer tipo de dor, a primeira reação é buscar informações na internet antes mesmo de ligar para um médico. A pesquisa por sintomas como "dor no peito", "febre alta" ou "erupção na pele" nos leva a uma infinidade de links azuis, nos levando a uma verdadeira maratona de navegação na web. Este comportamento se mantém, de forma menos angustiante, até mesmo quando buscamos a previsão do tempo.
Estatísticas da empresa de análises Semrush apontam que cerca de uma em cada cinco visitas aos principais sites do mundo tem início em mecanismos de busca. No entanto, o tráfego gerado por buscas convencionais vem diminuindo, à medida que os usuários experimentam ferramentas de busca baseadas em inteligência artificial, como o ChatGPT da OpenAI e o Perplexity AI.
O Google, por sua vez, tem respondido a essa tendência incluindo resumos gerados por IA no topo dos resultados de busca, reduzindo a relevância dos links azuis tradicionais e diminuindo ainda mais o tráfego por busca. Em maio, ocorreu uma mudança significativa nesse cenário.
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As visitas por busca a sites norte-americanos de turismo, por exemplo, caíram 20% em relação ao ano anterior, de acordo com a Similarweb. Empresas de comércio eletrônico registraram uma queda de 9% no tráfego por busca, enquanto sites de notícias e mídia apresentaram uma redução de 17%. Esse declínio também foi observado em categorias como finanças, estilo de vida, alimentos e bebidas.
Esta mudança no cenário digital está levando setores a fazer ajustes. Empresas como o site de notícias Business Insider já tiveram que demitir funcionários devido às quedas de tráfego que estão ocorrendo. O Reddit, por exemplo, está firmando parcerias com empresas de IA e lançando seu próprio buscador com inteligência artificial.
A plataforma de ajuda com tarefas escolares, Chegg, também está buscando alternativas estratégicas devido a quedas no tráfego. A busca está secando e o Google já não é mais o único caminho para atrair público aos sites. A competição pela atenção está mais intensa do que nunca e as empresas precisam se adaptar a essa nova realidade.
Fonte: Valor Econômico