Um incêndio de grandes proporções obrigou a tripulação de um navio cargueiro, que transportava cerca de 3 mil veículos, a abandonar a embarcação nesta terça-feira (3). O incidente ocorreu em alto-mar, na costa do Alasca, e acende mais uma vez o alerta sobre os riscos no transporte marítimo de veículos, especialmente modelos elétricos.
O cargueiro, batizado de Morning Midas, navegava com bandeira da Libéria e fazia a rota entre Yantai, na China, e Lázaro Cárdenas, no México. A bordo, estavam aproximadamente 800 carros elétricos. A origem das chamas ainda está sendo investigada, mas segundo a operadora do navio, a Zodiac Maritime, a fumaça começou no convés onde os elétricos estavam posicionados o que levanta suspeitas sobre um possível incêndio em baterias.
Tripulação resgatada
Os 22 tripulantes conseguiram abandonar a embarcação usando botes salva-vidas e foram resgatados por outro navio que navegava nas proximidades. Não houve feridos, segundo confirmou a Guarda Costeira dos Estados Unidos, que acompanha a situação a cerca de 480 km da cidade de Adak, no Alasca.
Risco crescente no transporte de veículos
Este não é um episódio isolado. Casos semelhantes têm se tornado frequentes nos últimos anos. Em 2022, um navio com 4 mil carros de luxo, incluindo modelos da Porsche e Bentley, afundou no Atlântico, próximo aos Açores, após um incêndio. Em 2019, o cargueiro Golden Ray, com 4.200 veículos, tombou na costa da Geórgia (EUA) e levou dois anos para ser retirado.
O relatório da Allianz Commercial alerta que, só em 2024, incidentes desse tipo atingiram o maior patamar da última década. A combinação de navios cada vez maiores e o desafio de conter incêndios, especialmente envolvendo veículos elétricos, aumenta o risco e a complexidade das operações.
Fogo difícil de combater
Incêndios envolvendo veículos elétricos são particularmente desafiadores. As baterias podem gerar calor extremo e até reignição, mesmo após o fogo parecer controlado. Ainda não se sabe de quais marcas eram os carros transportados pelo Morning Midas.
A embarcação permanece à deriva no Oceano Pacífico, enquanto as autoridades avaliam as próximas etapas — seja o combate total ao incêndio ou a tentativa de rebocá-la.