27 de Abril de 2025, 09h:31 - A | A

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Profissão mais antiga

“Nasci pra ser put@”: mulheres se orgulham de fazer sexo por dinheiro



Não podemos generalizar e categorizar todas as profissionais do sexo como vítimas, já que a prostituição vai além da troca de sexo por dinheiro. A atividade mais antiga do mundo, mas não oficializada como profissão no Brasil, é frequentemente estigmatizada e vista como marginal ou criminosa.

No entanto, para mulheres como Aline Lopez e Sanny, ser puta significa liberdade e autonomia. Elas desafiaram estereótipos e reconstruíram suas identidades ao escolherem esse caminho.

Aline, por exemplo, encontrou na prostituição uma forma de conquistar sua autoestima e independência. Ela conciliava o trabalho como corretora de imóveis com programas marcados em salas de bate-papo online. Para ela, ser puta é um sinal de orgulho e realização pessoal.

Já Sanny, após ser desligada de um estágio na Petrobras, enxergou a prostituição de forma mais ampla e positiva. Ela descobriu que seus clientes são pessoas comuns, em busca de companhia e conversa.

Apesar dos desafios e riscos inerentes à profissão, essas mulheres se mantêm vigilantes e cuidadosas em suas decisões. Conversar com os clientes e estabelecer limites claros são estratégias essenciais para garantir sua segurança.

A pesquisadora Carol Bonomi destaca que a "putafobia" é resultado do estereótipo de que todas as profissionais do sexo são vítimas, ignorando a diversidade de experiências e habilidades envolvidas no trabalho sexual.

Em um cenário onde a prostituição é muitas vezes marginalizada e incompreendida, mulheres como Aline e Sanny desafiam normas e reafirmam sua autonomia e liberdade.

É importante reconhecer a complexidade e diversidade de experiências dentro dessa profissão, para além do simples ato sexual.

Para a pesquisadora, Carol Bonomi ao Metrópoles, algumas formas de violação incluem os altos custos de locação de quartos para programas em casas de prostituição ou para hospedagem em plataformas online de sexo.

Ela ainda destaca a exploração através de calotes de clientes, considerados como violência pelas profissionais do sexo. Outro exemplo de violência citado é a dificuldade que essas mulheres enfrentam ao buscar ajuda institucional, muitas vezes sendo hostilizadas em vez de protegidas. 

Carol Bonomi ressalta que a prostituição se torna uma opção de trabalho para mulheres que não conseguem conciliar o tempo dedicado à família com ocupações formais, e que também enfrentam desafios financeiros e de saúde.

Muitas vezes, a flexibilidade de horários e o ganho financeiro superior levam essas mulheres de volta à prostituição, mesmo tendo outras opções de trabalho disponíveis. Além disso, as redes sociais se tornaram uma ferramenta importante para que algumas prostitutas possam se libertar do estigma de vítimas e desafiar estereótipos.

A profissional enfatiza que o trabalho sexual não deve ser visto como um desvio, mas sim como parte integrante do mundo em que vivemos. Ela destaca que as prostitutas existem apesar das pressões da sociedade e buscam sua autonomia.

A putafobia não é uma simples opinião, mas sim uma estrutura que as exclui e as violenta. Quando as prostitutas se unem, pesquisam, se amam, se cuidam e exigem respeito, o mundo é confrontado e as estruturas tremem.

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