Na manhã desta segunda-feira (28), manifestantes do Movimento Sem Terra (MST) ocuparam o prédio do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Campo Grande, em um protesto em busca de respostas sobre a destinação de áreas para assentamentos em Sidrolândia, município a 71 km da capital. O movimento exige uma negociação direta com o Governo Federal sobre a liberação de terras, especificamente uma área que tem uma dívida de 300 milhões de reais em impostos.
O Protesto e os Bloqueios
O protesto, iniciado por volta das 7h40, contou com a presença de membros do Movimento Unitário de Mato Grosso do Sul, que inclui o MST, MClra e outros movimentos sociais. Além da ocupação do Incra, os manifestantes bloquearam os trechos da BR-060 e da rodovia MS-164, criando um caos no tráfego local. Após negociações com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a BR-060 foi liberada para o sistema de "pare e siga" por 15 minutos nos dois sentidos.
Reivindicações e Expectativas
De acordo com Laura dos Santos, representante do MST na direção nacional, a ocupação permanecerá até que o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e a presidência do Incra Nacional se sentem para negociar. “Queremos respostas concretas sobre quais áreas serão destinadas para o assentamento das famílias, pois já tivemos várias discussões com o Incra de Mato Grosso do Sul, mas sem resultados efetivos”, afirmou.
O movimento reivindica a destinação de uma área, já indicada para assentamento, onde o proprietário acumula uma dívida de 300 milhões de reais com o governo. Eles solicitam que as famílias do Movimento Unitário sejam assentadas nessa localidade.
A Situação da Reforma Agrária no Estado
Atualmente, Mato Grosso do Sul enfrenta uma grande demanda por terras para reforma agrária, com 11.601 famílias aguardando assentamento. Para atender a essa demanda, é necessário um total de 90 mil hectares. O superintendente do Incra-MS, Paulo Roberto da Silva, afirmou que estão previstas reuniões com representantes de Brasília para discutir a situação e buscar soluções.
Embora o protesto tenha gerado tensão, o Incra se comprometeu a abrir um canal de diálogo e a trabalhar com as pautas apresentadas pelos manifestantes, sem dar uma previsão de quando a ocupação será desfeita.