Insetos vindos de outras partes do mundo estão se espalhando rapidamente pela Europa, impulsionados por invernos mais amenos e pelo aumento do comércio global. A proliferação dessas espécies, como o mosquito-tigre-asiático e a vespa asiática, preocupa autoridades ambientais e já causa prejuízos bilionários.
Segundo a Agência Europeia do Meio Ambiente (AEA), espécies exóticas invasoras estão entre as principais ameaças à biodiversidade no continente. Pequenos, mas destrutivos, esses insetos competem com espécies nativas, desequilibram ecossistemas frágeis e colocam em risco a saúde humana e a segurança alimentar.
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Mosquito-tigre já chegou até a Suécia
Um dos mais preocupantes é o mosquito-tigre-asiático (Aedes albopictus), originário do Sudeste Asiático. Avistado pela primeira vez na Europa em 1979, ele hoje está presente em diversas regiões, incluindo Bélgica, Alemanha e Suécia. Ativo durante o dia e comum em áreas urbanas, o mosquito pode transmitir doenças como dengue, chikungunya e zika.
Vespa asiática ameaça polinizadores
A vespa asiática (Vespa velutina) chegou à França em 2004 e já se espalhou por mais de 12 países europeus. Alimenta-se de abelhas e outros polinizadores essenciais, colocando em risco a agricultura. Um estudo de 2025 aponta que essa vespa pode matar até 50 abelhas por dia.
Formigas das Américas e percevejo asiático também preocupam
Formigas originárias da América Central e do Sul, como a formiga-de-fogo, também estão em expansão na Europa. Elas têm picadas dolorosas e podem danificar equipamentos elétricos.
Outro invasor temido é o percevejo-marmorado-marrom (Halyomorpha halys), que ataca frutas, verduras e grãos. Só na Itália, causou prejuízo de € 588 milhões em 2019. Para combatê-lo, cientistas estudam o uso da vespa-samurai, seu inimigo natural.
Besouro asiático ameaça árvores urbanas
O besouro-asiático-de-chifres-longos (Anoplophora glabripennis), classificado entre as 100 espécies invasoras mais perigosas do mundo, ataca troncos e galhos de árvores, podendo destruí-las em poucos anos. Ele costuma chegar ao continente em embalagens de madeira e já foi encontrado em países como França e Alemanha.
Como conter a ameaça
Erradicar completamente essas espécies é quase impossível, mas os impactos podem ser reduzidos. Ações como o uso de drones, armadilhas e o tratamento térmico de cargas ajudam a controlar focos de infestação. Também é possível combater o mosquito-tigre eliminando qualquer acúmulo de água parada em áreas urbanas.
Apesar da gravidade, especialistas alertam que cada caso exige análise específica. A luta contra as espécies invasoras, dizem, é complexa — e ainda está apenas começando.