03 de Junho de 2025, 17h:37 - A | A

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SUSPEITA DE FRAUDE

Governo de MT determina suspensão de descontos de consignados de mais três empresas

Suspeita de fraude leva governo a bloquear descontos em folha e impedir novas contratações dessas empresas para proteger servidores estaduais.

Da Redação



A Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) de Mato Grosso suspendeu imediatamente, nesta terça-feira (3 de junho), todos os descontos na folha de pagamento dos servidores estaduais referentes a empréstimos (consignados) das empresas Cartos Sociedade de Crédito, BemCartões e ClickBank. Além disso, novas operações de crédito consignado com essas empresas no Executivo Estadual também estão proibidas. O objetivo da medida é proteger os servidores enquanto a Seplag investiga possíveis irregularidades graves envolvendo essas companhias.

A suspensão, que tem validade inicial de 90 dias e pode ser prorrogada, proíbe as empresas de incluir os nomes dos servidores em serviços de proteção ao crédito ou de tomar qualquer ação que possa prejudicá-los. Também não será permitido cobrar prestações atrasadas de forma acumulada, nem aplicar juros ou correção monetária. O secretário de Planejamento e Gestão, Basílio Bezerra, explicou que a decisão é crucial devido a fortes indícios de que as três empresas estariam atuando juntas, como um mesmo grupo econômico, e teriam ligações com a Capital Consig, cujas atividades já haviam sido suspensas em agosto de 2024.

A Seplag recebeu denúncias de servidores que, ao tentarem contato com a Cartos, foram informados de que a empresa era a mesma Capital Consig. Além disso, imagens mostram que as logomarcas das duas empresas são semelhantes, reforçando a suspeita de vínculo. A análise dos valores consignados pela Cartos também chamou atenção, com um aumento expressivo de R$ 161.972,36 em janeiro para R$ 587.397,99 em maio de 2025. Esse cenário, segundo o secretário Basílio, sugere uma possível fraude e um conluio entre a Capital Consig e a Cartos para burlar a suspensão anterior e enganar os servidores públicos.

A investigação inicial da Capital Consig começou em agosto de 2024, após denúncias de inconsistências em cartões de crédito consignados. Desde então, uma força-tarefa foi criada, envolvendo o Procon, a Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), o Ministério Público do Estado e a Controladoria Geral do Estado, para apurar as irregularidades. A Seplag continua monitorando a situação e publicou um decreto em maio de 2025 para revisar as consignações em folha de pagamento dos servidores, buscando garantir a segurança e a transparência nessas operações.

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