Da Redação
Conforme reportagem da VEJA NEGÓCIOS, o governo Lula e a polícia ainda investigam a extensão total do desvio de recursos de aposentadorias, causado por um esquema de descontos indevidos que afetou milhões de brasileiros. As estimativas dos valores desviados variam amplamente, de R$ 2,5 bilhões a R$ 6,3 bilhões, dependendo da fonte e do período analisado. Contudo, uma certeza já se estabeleceu: os contribuintes serão os responsáveis por cobrir o rombo no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O advogado-geral da União, Jorge Messias, confirmou a jornalistas na última sexta-feira (30) que a União arcará com o ressarcimento aos aposentados utilizando seus próprios recursos. Ele enfatizou que o governo não permanecerá inerte enquanto os aposentados aguardam reembolso das entidades envolvidas na fraude contra a Previdência Social.
Embora o rápido reembolso aos prejudicados seja uma medida positiva, a revista destaca que a mesma agilidade e rigor não foram observados na fiscalização e no combate às irregularidades. As investigações indicam que o esquema de descontos ilegais operou por anos, tempo suficiente para que os envolvidos acumulassem um patrimônio bilionário.
Até o momento, a Justiça já determinou o bloqueio de mais de R$ 1 bilhão em contas bancárias e bens de participantes da fraude. A Advocacia Geral da União (AGU) aguarda o bloqueio adicional de R$ 1,5 bilhão em nome de doze associações e quatorze outros envolvidos, incluindo empresas e dirigentes. A intenção é que esses ativos sejam usados para reembolsar a União pelos valores pagos aos aposentados.
No entanto, a VEJA NEGÓCIOS pondera que ainda não há certeza sobre quando esses bens serão efetivamente bloqueados pela Justiça, nem quando o governo poderá leiloá-los para recuperar o dinheiro.
É importante notar que bens em leilões judiciais não são necessariamente vendidos pelo seu valor de mercado, oferecendo descontos vantajosos aos compradores. Assim, no final das contas, quem mais perderá com essa situação serão os aposentados lesados, os contribuintes, que terão seus impostos utilizados para cobrir o prejuízo, e o próprio governo.