Empresa APP Serviços Médicos Ltda, contratada pelo Governo de Mato Grosso para atuar em unidades públicas de saúde, está sendo alvo de uma denúncia formal que questiona sua capacidade de manter as atividades contratadas em funcionamento regular.
Documentos e mensagens acessados pela reportagem revelam solicitações frequentes de empréstimos de medicamentos e insumos básicos a outros prestadores de serviço.
Um dos casos destacados envolve a atuação da APP na UTI Respiratória SRAG do Hospital Metropolitano, em Várzea Grande. A gestão da unidade foi assumida pela empresa por meio do contrato nº 019/2025, no valor de R$ 8,8 milhões.
A denúncia, protocolada junto à Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), aponta pedidos de materiais como dipirona injetável, insulina, gaze estéril, dreno de tórax e frascos de drenagem.
As mensagens incluem áudios e textos enviados por funcionárias da empresa solicitando apoio urgente para garantir o atendimento aos pacientes, inclusive em situações críticas, como um caso de pneumotórax.
Também foram relatadas dificuldades para encontrar médicos para compor a equipe da UTI, o que, segundo a denúncia, evidencia problemas na manutenção das escalas de trabalho.
Além do contrato com o Hospital Metropolitano, a APP mantém outros seis contratos ativos com o Governo do Estado, totalizando mais de R$ 38,7 milhões.
Esses contratos envolvem a gestão de outras UTIs e o fornecimento de equipes médicas para hospitais públicos em Colíder, Sorriso e Cuiabá, firmados para atender demandas emergenciais da rede estadual de saúde, principalmente nas áreas de atendimento intensivo.
Em março deste ano, um ofício foi enviado à SES-MT solicitando intervenção imediata na UTI sob gestão da APP. O documento destaca a frequência dos pedidos de insumos e a falta de profissionais médicos como fatores que colocam em risco a assistência aos pacientes.
Por meio de nota, a SES confirmou o recebimento da denúncia contra a APP Serviços Médicos Ltda. e informou que a empresa foi notificada imediatamente para apuração dos fatos.
A unidade hospitalar relatou que a contratada apresentou a escala médica e que o abastecimento de insumos e medicamentos foi verificado por meio de vistoria.
"A SES-MT segue em tratativas com a empresa para garantir o pleno funcionamento dos serviços", finalizou a Pasta.