A movimentação de drones nas imediações do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, provocou o fechamento temporário da pista na noite desta quarta-feira (11), afetando diretamente voos com destino a diversas cidades, incluindo Cuiabá, capital de Mato Grosso.
A GRU Airport, concessionária que administra o terminal, precisou suspender pousos e decolagens após um piloto relatar, por volta das 21h27, a presença de um drone próximo à rampa de aproximação. O alerta foi dado pela tripulação do voo Gol 2127, que se aproximava da pista para pouso. “Provavelmente ele está filmando a aproximação final”, informou o comandante à torre de controle, em áudio divulgado pelo canal Aviação Guarulhos JPD.
As autoridades confirmaram que, além do drone avistado nesse horário, outro foi identificado às 22h45, forçando a suspensão também das decolagens. O terminal só retomou parcialmente as operações às 23h17, mas voltou a ser fechado apenas 11 minutos depois, às 23h28. O funcionamento normal foi restabelecido após o helicóptero Águia, da Polícia Militar, sobrevoar a área e não detectar mais nenhuma ameaça.
Impactos imediatos foram sentidos por passageiros de voos para Cuiabá, que enfrentaram cancelamentos e longos atrasos. De acordo com o site da GRU Airport, dez voos foram cancelados e dois estavam atrasados na manhã desta quinta-feira (12). Muitos voos foram desviados para aeroportos de Campinas, Ribeirão Preto, Curitiba, Galeão e Confins.
“Eu iria para Cuiabá às 23h50. Agora, só amanhã. Tive dois voos cancelados em um intervalo de dez dias. Não está fácil”, lamentou o passageiro Jeferson Souza, em publicação na rede social X.
Além dos cancelamentos, houve também longas filas, falta de informação e relatos de abandono por parte das companhias aéreas. Passageiros que tiveram voos desviados para cidades do interior relataram dificuldades para obter transporte e hospedagem. Uma passageira que foi levada a Ribeirão Preto disse que só conseguiu hotel após muita insistência.
O uso indevido de drones próximos a aeroportos é considerado crime pela legislação brasileira, com risco de punições severas, já que representa uma grave ameaça à segurança de voos comerciais. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e a Polícia Federal devem investigar o caso.
Enquanto isso, passageiros afetados pelo caos aéreo seguem cobrando respostas e providências mais rígidas para evitar novos incidentes.