A investigação da Polícia Federal sobre a participação do procurador-geral afastado do INSS, Virgílio de Oliveira Filho, em um esquema de descontos irregulares de benefícios de aposentados e pensionistas revelou um episódio no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, envolvendo uma escolta ilegal.

Em imagens datadas de 28 de novembro do ano passado, Oliveira é visto acompanhado pelo cuiabano Danilo Trento, empresário investigado pela CPI da Covid do Senado, em 2021. Trento pagou pela passagem do procurador em um voo de Brasília a São Paulo, e em seguida, Virgílio embarcou em um voo executivo para Curitiba.

Durante a chegada em Congonhas, Oliveira e Trento foram escoltados por um agente da PF e utilizaram uma viatura da polícia, que deveria ser exclusiva para uso em serviço. O agente envolvido, Philipe Roters Coutinho, alegou que acompanhou Trento apenas para não perder o slot do voo e que não possui vínculos com questões do INSS.

Trento também é investigado pela PF por ter recebido R$ 990 mil em pagamentos feitos pelo empresário Maurício Camisotti, suspeito de usar laranjas para operar três entidades que faturaram, juntas, R$ 580 milhões com descontos sobre aposentadorias.

A PF apontou a conduta do agente como ilegal e sugeriu a participação dele em uma engrenagem criminosa com ramificação na Polícia Federal. Porém, o agente ressaltou que as viagens mencionadas no inquérito são limitadas e que a acusação carece de comprovação.

Diante dessas revelações, fica evidente a audácia e complexidade do caso, envolvendo figuras de diferentes esferas e levantando questões sobre a integridade na segurança e no serviço público.

Fonte: Metrópoles