A ex-deputada estadual de São Paulo e atual secretária de Desenvolvimento Social de Valinhos (SP), Célia Leão, denunciou um episódio de falta de acessibilidade e desrespeito aos direitos das pessoas com deficiência em um voo da Gol Linhas Aéreas. Cadeirante, Célia foi obrigada a desembarcar de um avião em Buenos Aires (Argentina), na última quinta-feira (1º), por estar utilizando uma almofada ortopédica — item essencial para sua condição física.
“Foi muito constrangedor, foi muito triste”, relatou a ex-parlamentar em um vídeo gravado no próprio terminal. “Em pleno 2025, ainda temos empresas aéreas que não compreendem o básico sobre acessibilidade e dignidade.”
Segundo Célia, ela embarcou no voo com destino ao Aeroporto de Guarulhos, se acomodou na poltrona e afivelou o cinto de segurança normalmente. No entanto, ao posicionar a almofada ortopédica, uma comissária de bordo teria informado que o uso do item era proibido por questões de segurança, exigindo um documento de autorização médica.
A secretária explicou que, devido à sua condição física, não pode permanecer sentada diretamente na poltrona, e a almofada é imprescindível para viagens. “Pedi para falar com o comandante, que sequer saiu da cabine, mesmo com minha poltrona a poucos metros de distância”, afirmou.
Sem autorização por escrito e diante da recusa da tripulação, Célia e o marido foram forçados a desembarcar, após um atraso de cerca de 50 minutos no voo. O caso gerou revolta e expôs a falta de preparo e empatia da equipe envolvida.
"Essa postura revela não apenas desconhecimento da legislação, mas também desprezo pelos direitos humanos. Quando uma pessoa com deficiência é impedida de exercer seus direitos, toda a sociedade perde", criticou Célia, ao destacar a importância da denúncia pública.
Até o momento, a Gol Linhas Aéreas não se pronunciou oficialmente sobre o ocorrido.