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16 de Junho de 2025, 08h:59 - A | A

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GUERRA E CRISE

O impacto das tensões no Oriente Médio: o que esperar do preço do petróleo

Conflito entre Israel e Irã dispara preços do petróleo e gás, acendendo alerta para impactos econômicos e inflação no Brasil e no mundo.



A recente escalada do conflito entre Israel e Irã, iniciada na última quinta-feira (12/6), provocou um forte impacto nos mercados internacionais, especialmente no setor de energia, e reacendeu temores globais sobre os desdobramentos da guerra no Oriente Médio. A ofensiva israelense contra instalações iranianas trouxe volatilidade imediata aos preços do petróleo e do gás, com reflexos que podem perdurar nas próximas semanas.

Na sexta-feira (13/6), o preço do barril de petróleo teve alta histórica em um único dia, superando 13%, o maior salto desde a invasão russa à Ucrânia em 2022. O Brent, referência mundial, fechou acima de US$ 74, enquanto o WTI, padrão dos EUA, atingiu quase US$ 73. Essa elevação representa um aumento de mais de 12% na semana, num cenário marcado pela importância do Irã como produtor, responsável por cerca de 3,3 milhões de barris diários  quase 5% da oferta mundial.

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Além do petróleo, o preço do gás natural também sofreu alta significativa, com o índice europeu TTF chegando a 38 euros por megawatt-hora, uma alta de quase 5% em um único dia. Nos EUA, o mercado futuro do gás refletiu crescimento semelhante. Para especialistas, o conflito intensifica a aversão global ao risco, elevando a instabilidade numa região chave para a energia mundial.

Uma das maiores preocupações é o controle do Estreito de Ormuz, passagem estratégica por onde circula cerca de 21% do petróleo mundial. Caso o Irã decida bloquear a rota, a oferta global de energia poderia sofrer uma ruptura grave, levando os preços do barril a ultrapassarem facilmente US$ 120, segundo estimativas de bancos internacionais.

Esse cenário de alta dos preços do petróleo tem efeitos diretos na economia brasileira. Com os custos internacionais subindo, o preço dos combustíveis no país pode voltar a pressionar a inflação, que já está acima da meta oficial. A Petrobras, apesar de recente redução nos valores de venda para distribuidoras, tende a repassar parte dos custos aos consumidores, impactando o bolso do cidadão e o custo operacional das empresas.

No mercado financeiro, enquanto o conflito pressiona a economia global, empresas como a Petrobras e a Vale registram valorização em suas ações, beneficiadas pelo aumento dos preços de commodities e pela valorização do dólar frente ao real. Por outro lado, setores ligados ao consumo interno, como varejo, sentem os efeitos negativos da combinação entre inflação alta, juros elevados e baixa confiança do consumidor.

Em resumo, a eclosão dessa nova guerra no Oriente Médio reabre um ciclo de incertezas e volatilidade global, com repercussões que podem afetar desde os preços nos postos de gasolina até a estabilidade dos mercados financeiros brasileiros. A atenção internacional segue focada na evolução do conflito e nas decisões estratégicas que poderão impactar a oferta e o custo da energia mundial nos próximos meses.

 

 

 

 

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