A diretora executiva do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, declarou nesta quinta-feira (17 de abril) que a estratégia econômica adotada pelo governo do presidente argentino, Javier Milei, está “seguindo o caminho adequado”.
Durante uma conferência de imprensa que marcou o início de uma reunião do FMI, Georgieva elogiou o rigoroso ajuste fiscal promovido pela administração de Milei e defendeu a implementação de reformas econômicas, de regulação e comerciais para estimular o crescimento global.
“O caso da Argentina exemplifica isso, pois está realizando reformas com disciplina, alinhando as condições financeiras da forma certa”, comentou Georgieva.
De acordo com a diretora do FMI, a previsão é que o Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina atinja um aumento de 5% em 2025 em comparação ao ano anterior. “Entretanto, é importante considerar que isso dependerá das repercussões das tensões globais”, destacou.
Acordo com o FMI e o Banco Mundial
Na semana passada, o FMI oficializou um acordo com o governo argentino, que inclui um empréstimo de 20 bilhões de dólares. O Banco Mundial também divulgou, na última sexta-feira (11 de abril), a liberação de um pacote de 12 bilhões de dólares destinados ao país.
Segundo a entidade financeira, os recursos têm como objetivo apoiar as reformas econômicas realizadas pelo governo argentino, bem como incentivar a criação de empregos no país.
O pacote, conforme a instituição, representa “um forte sinal de confiança nos esforços do governo para estabilizar e modernizar a economia”.
Assim, o governo argentino poderá utilizar esses novos fundos para saldar dívidas do Tesouro com o Banco Central, buscando diminuir o endividamento e oferecer maior previsibilidade ao mercado financeiro.
“Rompeu-se o último elo da corrente que nos mantinha presos. Desfazemos o controle cambial para sempre”, declarou Milei em um vídeo de 22 minutos, gravado diretamente da Casa Rosada.
Nesse mesmo dia, o governo argentino anunciou o fim das restrições para a compra de dólares por pessoas físicas – o que é conhecido como controle cambial.
Com isso, após seis anos em vigor (implementado durante a gestão do ex-presidente Mauricio Macri, em 2019), os cidadãos argentinos não precisam mais se limitar a um teto de 200 dólares para aquisição de moeda estrangeira no mercado oficial.
Desde a última segunda-feira (14 de abril), agora é permitido comprar dólares sem restrições no mercado oficial, e também foi revogada a taxa sobre essas operações que permanece apenas para despesas com turismo e gastos com cartão no exterior.
“Esse programa, envolvendo FMI, Banco Mundial, BID [Banco Interamericano de Desenvolvimento] e Banco Central totaliza 32 bilhões de dólares, dos quais 19,6 bilhões serão disponibilizados imediatamente.
Assim, em maio, as reservas brutas do Banco Central deverão totalizar cerca de 50 bilhões de dólares”, afirmou Milei.