O Fundo Garantidor de Créditos (FGC), estabelecido para prevenir calotes e garantir a "estabilidade" do sistema financeiro, garante R$ 2,4 trilhões em operações, sendo R$ 1,8 trilhão provenientes de operações de grandes instituições financeiras. Os R$ 600 restantes correspondem a compromissos de instituições de porte médio e pequeno.
Com a venda de 58% do capital do Banco Master para o Banco Regional de Brasília (BRB), a discussão sobre o dinheiro em caixa do FGC ganhou força. Isso se deve ao fato de que o Master tem que pagar R$ 45 bilhões em Certificados de Depósito Bancário (CDBs) que emitiu. Contudo, o valor equivale a 1,8% do montante assegurado pelo fundo.
O fundo assegura R$ 250 mil para cada CPF e para cada instituição bancária, aceitando contribuições de todas as entidades financeiras. Os grandes bancos são os que mais contribuem, pois são eles que gerenciam a maior quantidade de dinheiro.
O FGC garante outros instrumentos financeiros, além dos CDBs, tais como depósitos à vista, poupança e letras de câmbio.
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, convocou uma reunião para discutir o tema no último sábado (5/4). Foram convidados representantes do Bradesco, Itaú, Santander e BTG Pactual, além do presidente do FGC.
A finalidade foi precisamente debater a aquisição do Banco Master pelo BRB. Além do desconforto dos grandes bancos com a quantidade de CDBs garantidos pelo FGC, debateu-se a possibilidade de eles participarem de uma nova transação.
Na operação, avaliada em R$ 2 bilhões, o BRB tem a intenção de comprar 58% das ações do Master. Contudo, foram excluídos da negociação ativos de maior risco e de menor liquidez, tais como precatórios e ações de companhias. A concretização do negócio depende da aprovação do Banco Central.