Da Redação
As perspectivas para a economia brasileira em 2025 estão um pouco mais otimistas. De acordo com o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (19) pelo Banco Central (BC), a expectativa do mercado financeiro para o crescimento da economia foi revisada para cima, passando de 2,13% para 2,18%. Essa pesquisa, realizada semanalmente, reúne as projeções de diversas instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos do país. Para os anos seguintes, o Produto Interno Bruto (PIB), que representa a soma de todos os bens e serviços produzidos, deve seguir em expansão: 1,81% em 2026 e 2% tanto em 2027 quanto em 2028, mostrando uma trajetória de crescimento consistente para o Brasil.
Esse otimismo é impulsionado por resultados recentes. No primeiro trimestre de 2025, a economia brasileira cresceu 1,4%, com destaque para a agropecuária, segundo dados do IBGE. Em 2024, o PIB nacional já havia registrado uma alta significativa de 3,4%, marcando o quarto ano consecutivo de crescimento e a maior expansão desde 2021. Além disso, o mercado financeiro projeta a cotação do dólar em R$ 5,80 para o final deste ano, com uma leve alta para R$ 5,89 no fim de 2026.
No cenário da inflação, a estimativa para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do país, teve uma pequena queda para 2025, passando de 5,46% para 5,44%. Apesar da melhora, essa projeção ainda está acima do teto da meta de inflação perseguida pelo BC, que é de 3% com tolerância de 1,5 ponto percentual (ou seja, até 4,5%). Em abril, a inflação oficial foi de 0,43%, principalmente por conta do aumento dos preços de alimentos e medicamentos, mas o resultado geral tem mostrado desaceleração nos últimos meses.
Para controlar a inflação, o Banco Central utiliza a taxa Selic, atualmente em 14,75% ao ano. O Comitê de Política Monetária (Copom) tem elevado os juros para conter o aumento de preços, tornando o crédito mais caro e estimulando a poupança. No entanto, juros altos também podem dificultar a expansão da economia. O mercado financeiro espera que a Selic se mantenha nesse patamar até o final de 2025, com a expectativa de quedas graduais para 12,5% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028. O BC, por sua vez, mantém a cautela, sem dar pistas sobre os próximos passos, ressaltando que o cenário econômico atual exige prudência.