As tensões geopolíticas no Oriente Médio abalaram o mercado do petróleo, impactando também os preços dos grãos na bolsa de Chicago. O aumento de 6% nos preços do óleo de soja, seguindo o avanço de 7% do petróleo, impulsionou a alta dos grãos. Os contratos para julho fecharam em alta de 2,64% nesta sexta-feira (13/6), sendo cotados a US$ 10,6975 o bushel.
Leonardo Martini, consultor em gerenciamento de risco da StoneX, destacou que o conflito entre Israel e Irã trouxe uma nova dinâmica para os preços, que até então estavam em viés neutro/baixista na bolsa. Segundo Martini, essa situação pode representar uma oportunidade para quem ainda não vendeu soja.
Além das questões geopolíticas, a soja também foi impulsionada pelas indicações de aumento da demanda nos EUA nos próximos anos. A Agência Ambiental dos Estados Unidos (EPA) estabeleceu novas metas de mistura obrigatória de biocombustíveis no país, o que favoreceu a soja. Trump tem buscado subsidiar os produtores de biocombustíveis e reduzir a importação de óleo vegetal, o que tem impacto positivo na produção de biocombustíveis nos EUA.
No mercado de trigo, as negociações também foram impactadas pelo conflito no Oriente Médio. Os contratos de julho fecharam em alta de 3,28%, refletindo a dependência da região do trigo importado. Com o conflito, os países da região têm antecipado compras para garantir o abastecimento de pão. Os fatores geopolíticos serviram como um impulso para investidores desmontarem posições vendidas na bolsa.
O preço do milho também subiu em Chicago, acompanhando as altas do trigo e da soja. Os lotes para julho tiveram valorização de 1,37%, devido ao aumento da demanda por etanol nos EUA em momentos de alta do petróleo. A expectativa de uma safra gigantesca nos EUA limitou o impacto dos fatores geopolíticos no preço do milho, que poderia ter tido um aumento ainda maior na bolsa.
