O imposto elevado que Donald Trump impôs sobre a China pode criar oportunidades para o setor agrícola brasileiro, principalmente em Mato Grosso.
Essa afirmação é de Moisés Debastiani, presidente da Associação dos Criadores do Norte de Mato Grosso (Acrinorte), em entrevista ao Olhar Direto durante o evento Norte Show, realizado em Sinop.
"O Brasil está sendo visto pela China como um supermercado", destacou o representante do setor rural.
Ele acredita que a tensão nas relações comerciais entre as duas principais economias do planeta deve aumentar a demanda por produtos brasileiros, especialmente soja, milho e carne bovina.
"Não vejo um efeito negativo. Se houver, será benéfico. A China diminuiu suas compras dos Estados Unidos e está aumentando a aquisição de proteína brasileira.
Somente no último mês, diversos frigoríficos foram aprovados para exportação. Isso demonstra o crescente interesse dos chineses em nossos produtos", disse.
De acordo com Debastiani, já é possível notar os efeitos nas cotações. "Há dez dias, a soja era comercializada a R$ 109. Hoje, já recebemos ofertas em R$ 119,50. Um aumento de quase 10%.
Em grandes quantidades, isso representa uma diferença significativa", acrescentou. O consenso no setor é de que, com a China diminuindo as compras dos EUA, o Brasil se torna o principal fornecedor.
"Temos o produto que eles necessitam adquirir", concluiu.