O clima tem favorecido o avanço do ciclo do algodão em Mato Grosso, maior produtor da fibra no Brasil. No entanto, o excesso de chuvas neste início de maio coloca em risco parte da safra, principalmente nas áreas semeadas mais cedo. A informação é do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), que monitora o desenvolvimento das lavouras no estado.
Segundo o levantamento mais recente, 51,14% das plantações já estão na fase de pendoamento — período crucial que antecede a colheita, quando os capulhos começam a se abrir e expõem a pluma. Outros 9,46% ainda estão na fase de florescimento.
Desde o início do plantio, o clima tem sido um aliado da lavoura. As chuvas de abril, por exemplo, foram determinantes para o bom desempenho das áreas de segunda safra, que representam quase metade da produção e foram plantadas fora da janela ideal — após 31 de janeiro.
Atenção redobrada em maio
Agora, o foco se volta ao comportamento do clima neste mês. A continuidade de chuvas intensas pode comprometer a formação dos capulhos na parte inferior das plantas, especialmente nas lavouras de primeira safra, semeadas mais cedo e que estão mais sensíveis a oscilações hídricas.
O alerta é reforçado por dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), que prevêem volumes de chuva acima da média até o próximo dia 7 em regiões do Norte, Nordeste e Médio-Norte de Mato Grosso — justamente onde se concentram importantes polos de produção.
Caso as precipitações se mantenham acima do normal, o rendimento final da safra de algodão pode ser diretamente impactado, exigindo estratégias de manejo e colheita ajustadas ao novo cenário climático.