Da Redação
A economia brasileira registrou um crescimento de 2,9% no primeiro trimestre de 2025 em comparação com o mesmo período do ano anterior, conforme dados divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O avanço foi significativamente puxado pela agropecuária, que saltou 10,2%. Na comparação trimestral, o Produto Interno Bruto (PIB) ganhou força, expandindo-se 1,4% em relação ao último trimestre de 2024. O PIB nacional alcançou R$ 3 trilhões nos três primeiros meses deste ano.
O avanço contínuo do PIB por 17 trimestres consecutivos em relação ao mesmo período do ano anterior – com a última queda nessa comparação registrada no final de 2020 devido à pandemia – sinaliza uma recuperação e resiliência econômica do país.
O crescimento trimestral de 1,4% (frente a 0,1% no trimestre anterior) indica uma aceleração na atividade econômica, superando as expectativas de analistas. Este impulso inicial de 2025 é um fator positivo para a confiança no mercado.
Do lado da demanda, o aumento de 1% no consumo das famílias é um ponto de destaque, revertendo a queda de 0,9% observada no trimestre anterior. Isso sugere uma melhora na capacidade de consumo da população, que pode se traduzir em mais dinamismo para o comércio e serviços. Além disso, o crescimento de 3,1% na formação bruta de capital fixo (investimentos em máquinas e equipamentos) aponta para um ambiente de negócios mais favorável e expectativas de expansão por parte das empresas.
Agropecuária: o principal motor
O setor agropecuário foi o grande responsável pelo bom desempenho do PIB no primeiro trimestre de 2025, com um crescimento expressivo de 10,2% em relação ao ano anterior. Esse avanço reverte a queda de 5,5% do mesmo período em 2024, quando o setor foi impactado por condições climáticas adversas.
A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, explica que a supersafra sem grandes problemas meteorológicos impulsionou o setor, com destaque para a soja (+13,3%), milho (+11,8%), arroz (+12,2%) e fumo (+25,2%). A expectativa de uma safra recorde de soja é um fator crucial, dado o peso desse produto na balança comercial brasileira e, consequentemente, na geração de divisas para o país.
Outros setores em crescimento
O setor de serviços, que representa cerca de 70% da economia, também teve um crescimento robusto de 2,1% em relação ao primeiro trimestre de 2024, com desempenho positivo em quase todas as atividades. Isso se traduz em mais empregos e renda em diversas áreas, como informação e comunicação (+6,9%) e comércio (+2,1%).
A indústria registrou alta de 2,4% na comparação anual. A construção civil foi um destaque, crescendo 3,4% pelo sexto trimestre consecutivo, refletindo o aumento da ocupação e da produção de insumos, o que pode indicar um aquecimento do mercado imobiliário e de infraestrutura. No entanto, na comparação trimestral, a indústria apresentou uma leve queda de 1%, influenciada pelo recuo da construção. Palis avalia que a política monetária restritiva (juros altos) continua a ser um desafio para o setor industrial.
O PIB, que é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país, é divulgado trimestralmente pelo IBGE e serve como um termômetro essencial da saúde econômica da nação.
